A evolução da consciência

Novas tecnologias, velhos problemas Foto: Arquivo - montagem

Novas tecnologias, velhos problemas Foto: Arquivo – montagem

Nossos avós se assustaram com o rádio a pilha: É o fim do mundo! Nossos pais se assustaram com a TV: É o fim do mundo! Nós nos assustamos com o computador e antes de proclamarmos o fim do mundo, outros sustos vieram sucessivamente na velocidade da luz: internet, celular, i-pod etc. etc. E o mundo se acabou, o mundo mecânico, analógico, real, dando início ao mundo eletrônico, digital, virtual, girando e inovando. Nossos filhos já não se assustam com o novo e nossos netos passeiam naturalmente seus dedinhos pelos tablets, antes mesmo de saberem andar ou falar.

Passado o susto, fica a pergunta: Como educar nesse mundo em transformações constantes, rápidas e fugazes? Os tempos são outros, mas as coisas não são ruins porque são velhas, nem boas por serem modernas. Se persistirmos num discurso saudosista, negando o presente, no mínimo ficaremos anacrônicos, sendo atropelados pelo trem da história. Gostemos ou não, a tecnologia seguirá avançando, substituindo nossas referências tradicionais de comunicação e solução de problemas.

Cabe ao educador andar em compasso com o seu tempo, acompanhar a evolução tecnológica, mas sem se descuidar da evolução da consciência, cultivando valores essenciais tais como respeito, amor, solidariedade, empatia. Se perdermos essa dimensão que nos distingue como humanos e nos possibilita avaliar as causas e consequências de nossos atos, aí sim, será o fim, não do mundo, mas da nossa espécie.

Por Ana Mansoldo – Psicóloga, escritora e educadora. Autora dos livros Educação Ambiental Urbana, Educação Ambiental na Perspectiva da Ecologia Integral (Ed. Autêntica), Ipês Amarelos e Abelhas Urbanas